Anémonas do mar

 

(Fotografia tirada na praia da Bafureira)

 

As anémonas do mar pertencem ao grupo dos cnidários. Grupo de animais relativamente simples, ao qual também pertencem os corais, as alforrecas, as medusas e as hidras. As anémonas têm geralmente simetria radial, não têm esqueleto e são seres solitários. Que outras características possuem estes seres vivos?

 

• Defesa: As anémonas são constituídas por tentáculos que, por sua vez, tal como as lesmas do mar, são urticantes e, por isso, provocam queimaduras e lesões no agressor. Além disso, estes seres vivos possuem, nos tentáculos, estruturas designadas por nematocistos, característicos de todos os cnidários. Estas, quando percecionam a aproximação de outro ser vivo, libertam uma toxina que o paralisa. Então, como é que os peixes palhaço vivem em anémonas sem ficar paralisados? Uma propriedade desconhecida do muco da pele do peixe faz com que os nematocistos da anémona não libertem a toxina. Por isso, vivem numa relação de mutualismo, na qual os peixes recebem abrigo e proteção das anémonas e, por outro lado, com os seus movimentos natatórios ventilam a anémona, mantendo-a livre de sedimentos.

 

• Locomoção: As anémonas são constituídas por um pólipo fixo ao substrato. Contudo, podem deslizar muito lentamente sobre o substrato através dos seus discos pedais.

 

• Alimentação: As anémonas são carnívoras, alimentando-se de pequenos peixes e outros animais. Esticam os seus tentáculos e, pelos processos já referidos na defesa, capturam as suas presas, levando-as, posteriormente, à boca.

 

• Reprodução: Algumas anémonas são hermafroditas (tal como as lesmas do mar), enquanto outras têm sexos separados. Pode ocorrer reprodução sexuada e assexuada.  Na reprodução sexuada uma anémona liberta o esperma que estimula a outra a soltar os óvulos, ocorrendo fertilização externa. A reprodução assexuada pode dar-se de três formas: por fissão binária, quando a anémona se divide em dois; por laceração pedal, quando parte do disco de base se separa em pedaços e regeneram novos organismos; e por gemulação, quando uma nova anémona cresce da outra.

 

Na praia da Bafureira, dia 5 de Novembro de 2013, encontrámos a espécie Anemonia sulcata e a espécie Actinia equina, ambas pertencentes à mesma família de anémonas. A segunda espécie chama-se, em linguagem comum, Morango do mar. As duas anémonas referidas estão apresentadas abaixo.

 

-----------------------------------------------------------------------------------------------

 

Anemonia sulcata

 

 

 

(Nesta última imagem, a anémona encontra-se fora de água, em asfixia, pelo que tem os seus tentáculos contraídos)

 

Filo: Cnidaria

Classe: Anthozoa

Ordem:Actiniaria

Família: Actiniidae

Género:Anemonia

Espécie: Anemonia sulcata

 



 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

Actinia equina

Morango do mar

 

 

 

 

 

Filo: Cnidaria

Classe: Anthozoa

Ordem:Actiniaria

Família: Actiniidae

Género:Actinia

Espécie: Actinia equina

 

 

 

Lesma do Mar

 

Em linguagem comum, chamamos lesmas do mar aos designados nudibrânquios em linguagem científica. O termo Nudibranchia tem origem grega e significa "brânquias descobertas". Estes seres vivos são alguns dos quais podemos encontrar nas zonas entre marés.

 

 

  

 

Os nudibrânquios pertencem ao grupo dos moluscos gastrópodes. A esse grupo pertencem também os búzios, as lapas, os caracóis do mar, entre outros. Que características possuem estes seres vivos?
 

• Defesa: A maioria das lesmas do mar apresenta cores vivas, muito intensas. Porquê? É uma forma de avisar os predadores da sua toxicidade, evitando que sejam predadas por eles. Além de poderem emitir substâncias tóxicas, muitas lesmas do mar possuem estruturas urticantes que provocam queimaduras e lesões no agressor.

• Locomoção: Os nudibrânquios possuem um pé musculoso que se estende por todo o comprimento da região ventral. Os movimentos ondulatórios deste pé impulsionam o animal para frente durante a locomoção ou natação.

• Alimentação: São carnívoros, logo, alimentam-se de outros animais, tais como: cnidários, esponjas e cracas.

• Respiração: Algumas lesmas podem respirar por brânquias, situadas ao longo do seu corpo; enquanto outras lesmas podem efetuar trocas gasosas com o meio através da superfície do seu próprio corpo, num processo chamado hematose cutânea.

• Reprodução: As lesmas-do-mar são hermafroditas, ou seja, o mesmo animal é capaz de produzir óvulos e espermatozoides. Contudo, a estrutura dos seus órgãos reprodutores impede que ocorra a autofecundação, pelo que ocorre acasalamento. Durante este processo, as lesmas posicionam-se lado a lado e introduzem os espermatozoides no interior de uma abertura reprodutiva situada na região anterior do corpo. Os mesmos são armazenados no interior do organismo até que os óvulos estejam maduros. Nessa altura ocorre, então, a fecundação. Posteriormente, os ovos são libertados na água, unidos por um muco, e fixam-se ao substrato. Após a eclosão dos ovos não há nenhum tipo de cuidado parental.
  
  

Existem imensas espécies de lesma as do mar, pensa-se que cerca de 3000! Na praia da Bafureira, dia 5 de Novembro de 2013, encontrámos a espécie Hypselodoris villafranca, apresentada abaixo (e no início da página).



 

  

 

Filo: Mollusca

Classe: Gastropoda

Ordem: Nudibranchia

Família: Chromodorididae

Espécie: Hypselodoris villafranca

 

Zona Intertidal

 

 

Este blog tem como objetivo divulgar os incríveis seres vivos que vivem nas zonas entre marés. Quando a maré está baixa, expõe, nas poças de água e nas rochas, alguma da vida que o mar tem dentro de si. Foi num desses momentos, de maré baixa, que fomos, dia 5 de Novembro de 2013, à praia da Bafureira ver algumas dessas formas vivas.

 

A praia da Bafureira situa-se na linha de cascais, a leste da praia de S. Pedro do Estoril, a uma latitude de 38.7º e longitude de -9.36º. A fotografia acima exposta apresenta a zona intertidal dessa praia no dia 5 de Novembro de 2013.

 

 

Para começar o blog, deixo aqui algumas perguntas que pretendo procurar responder ao longo do tempo.

• Quando as poças de água ficam durante muito tempo expostas à radiação solar, aquecem. Como é que os seres vivos conseguem suportar as elevadas subidas de temperatura da água?

• E quando chove, as poças de água diminuem a sua concentração de sal, tornando-se menos salobras, pois a água deixa de ser tão salgada e passa a ser mais doce. Como é que os seres vivos, que vivem em água salgada, conseguem sobreviver a esta mudança?

• Ficando vários seres vivos retidos na mesma poça, como se dá a predação? Aumenta?

Boa viagem!

Ou melhor, bom mergulho!